Workshop discute ações para avaliação da educação infantil em Salvador

16 de nov de 2017 - Jornalismo

Metodologias de aperfeiçoamento da qualidade da Educação Infantil foram objeto de discussão do Workshop Internacional “Monitoramento e Avaliação da Educação Infantil” promovido pela Prefeitura de Salvador, através da Secretaria Municipal de Educação (Smed), em parceria com o Ministério da Educação (MEC) e o Banco Mundial. O evento foi realizado nos dias 9 e 10 de novembro, no Hotel São Salvador (Stiep), com participação de cerca de 70 especialistas, técnicos e pesquisadores da área.

Participaram o secretário Municipal de Educação, Bruno Barral, e o vice-prefeito Bruno Reis, representando o prefeito ACM Neto na mesa de abertura. Também marcaram presença no seminário a coordenadora-geral da Educação Infantil do MEC, Carolina Velho, o economista do Banco Mundial, Leandro Costa, o presidente da Undime, Alessio Costa Lima, os consultores Guilherme Bueno, Adriane Freibergue (MEC), Julieta Trias, Fátima Alves, Alonso Sanchez e Beatriz Ferraz, estes do Banco Mundial. O evento contou, ainda, com palestras por videoconferência do  professor da Faculdade de Educação de Harvard (EUA), Hiro Yoshikawa, e da professora da Universidade de Nebraska (EUA), Abbie Raikes.

O evento reuniu, ainda, representantes de órgãos de educação pública de vários estados brasileiros, como a secretária Municipal de Educação de Mata de São João, Maricélia Rodrigues, e com palestras de Alexandre Schneider, Sônia Fachini e Gilmária Cunha, das secretarias municipais de São Paulo, Joinville e Salvador, respectivamente, e de Raquel Teixeira e Benildes Uchoa, das secretarias estaduais de Goiás e Ceará.

Na avaliação do secretário Bruno Barral, a discussão proposta pelo workshop é de fundamental importância. “Buscamos nesses dois dias aprofundar o debate em torno da temática da qualidade da educação infantil. Além da contribuição trazida por especialistas e pesquisadores da área, houve uma importante troca de experiências, de ideias e de conhecimento técnico”, afirmou. “O resultado foi o amadurecimento desse trabalho, que já vem sendo desenvolvido em Salvador, bem como o despertar para novas possibilidades, para o aperfeiçoamento de metodologias e práticas”.

Segundo Carolina Velho, o workshop foi de excelência, com discussões atuais. “O MEC, nesse momento, além de estar acompanhando todo o workshop, veio realmente para escutar, tanto os temas que foram levantados pela Smed, quanto pelo Banco Mundial. Escutar os municípios e as autoridades presentes sobre o que pensam sobre qualidade, sobre parâmetros de avaliação e que nos ajudam a repensar e reorientar a política nacional”, afirmou. Para Leandro Costa, do Banco Mundial, o workshop alcançou o objetivo. “Foram debates muito ricos. O evento trouxe experiências nacionais e internacionais de monitoramento e avaliação, bem como de políticas que realmente tentam melhorar a qualidade da educação infantil”, frisou.

O encontro – A realização do workshop partiu da necessidade de discussão do tema, que foi percebida nos encontros realizados pelo grupo de trabalho, composto pelo Banco Mundial, que é um grande investidor da educação no município, a Smed, a Secretaria Municipal de Saúde e a Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps).

“Nossa meta é discutir ações de monitoramento e avaliação, buscando sempre qualificar ainda mais a educação infantil em nossa cidade. Esse é um trabalho que já ocorre de forma sistemática na rede municipal de ensino, mas ainda precisa evoluir, com ampliação de vagas para crianças ainda sem acesso à educação infantil. Essa demanda existe e precisa ser sempre de qualidade. Não basta apenas oferecer uma boa infraestrutura no prédio, na sala de aula. É cada vez mais necessário avaliar se os educadores estão fazendo um trabalho direcionado para essa faixa etária. Portanto, essa é uma ação para o futuro”, lembra a subsecretária de Educação, Rafaela Pondé.

“Este encontro com gestores da educação de todo o país revela a necessidade de ofertar vagas para esses jovens, garantir o acesso, infraestrutura e monitoramento da arte de cuidar e educar. Temos aqui experiências nacionais e internacionais, de modo a fazer com que possamos compreender o que acontece no dia a dia da escola. Assim podemos analisar cada realidade, discutir dentro da nossa história e aperfeiçoar nosso próprio sistema, que existe desde 2015. Esse sistema trouxe um grande avanço no acompanhamento da qualidade da educação infantil, que ainda sofrerá outras alterações para manter sempre a alta qualidade, garantindo um melhor direcionamento da política da educação infantil”, conclui a diretora Pedagógica da Smed, Joelice Braga.

Fortaleza (CE) – O evento serviu também para representantes de outras cidades do país apresentarem sua própria experiência com a atividade. “Em Fortaleza temos uma ação voltada para atender 43 mil alunos com idades entre 1 e 5 anos, de 368 unidades de ensino: escolas, centros de educação infantil e creches. Lá foi criado um núcleo de pesquisa e avaliação da educação infantil, voltado exatamente para o acompanhamento dessa faixa etária. Nossas ações têm início na facilitação do acesso dessas crianças à escola, o que nos permitiu dobrar o número de adesão de crianças nessa faixa etária, nos últimos quatro anos. Temos sempre que buscar qualidade no serviço, avaliando e monitorando como esses estudantes são tratados e como se dá o trabalho com esses jovens na cidade”, conta Simone Calandrine, coordenadora de Educação Infantil na capital cearense.

Ceará – A pedagoga, Benildes Uchoa, orientadora de Educação Infantil da Coordenadoria de Cooperação com os Municípios da Secretaria de Educação do Ceará,  parabenizou a iniciativa de Salvador e defendeu que o workshop deveria ser replicado nos outros estados, pela importância da temática. “A educação infantil é uma etapa muito importante, que precisa ser muito bem cuidada. Mas também é um desafio para os governos, para nós, técnicos, e que precisa ser discutida e pensada com todos que fazem a educação infantil. Essa oportunidade de conhecer novas experiências e de apresentar o que você está fazendo no seu estado, enriquece a cada um e promove esse movimento que tanto precisa ser feito para a melhoria da educação infantil”, destacou.

Joinville (SC) – “Foi um debate bastante proveitoso. Falar sobre o monitoramento e avaliação da Educação Infantil é algo muito importante e quando nos juntamos com outros municípios, outros estados, a gente vê quantas coisas boas estão sendo feitas”. A avaliação é de Sonia Fachini, diretora Executiva da Secretaria de Educação de Joinville. “Ainda temos muito que caminhar, mas quando nos juntamos, percebemos que conseguimos produzir muita coisa positiva e essa troca de experiências é fundamental para gerar informações e aperfeiçoar a metodologia”.

Mata de São João (BA) –  A secretária de Educação e Mata de São João, Maricélia Alves, elogiou a iniciativa. “O workshop foi muito importante pela qualidade das informações trazidas, bem como do debate sobre esse tema tão essencial da educação infantil. Já estamos andando a passos largos, mas o trabalho conjunto, a troca de experiências e de vivências traz mais força na construção de instrumentos e metodologias para a melhoria da qualidade da educação das nossas crianças. Foram dois dias de união e de puro aprendizado”.

AVANÇOS – Na abertura do evento, o vice-prefeito Bruno Reis destacou os principais avanços da educação nos últimos quatro anos. “Estamos indo além do feijão com arroz e ultrapassando o investimento mínimo em educação obrigatório por lei. Investimos 27,27% dos nossos recursos nesta área, o que significa que estamos fazendo da educação uma verdadeira prioridade. É mais de um bilhão por ano. Aumentamos também nestes cinco anos de gestão a parcela aplicada com recursos próprios em mais de 80%”, disse. Ele lembrou ainda que, desde 2012, o município dobrou as vagas oferecidas na rede pública em creches e pré-escolas, passando de 17.300 vagas para 35.500 oferecidas nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs). “Além disso, construímos 21 CMEIs, reformamos outros 20 e reconstruímos outros sete. Não iremos descansar até promover uma verdadeira revolução no acesso à educação infantil”.